Vamos para a 2ª parte do nosso estudo do Capítulo 4. Recapitulamos a 1ª parte:
1.1. Tentação de Jesus no deserto (Lucas 4:1-13)
Após o batismo, Jesus, guiado pelo Espírito Santo, é
conduzido ao deserto, onde jejua por quarenta dias e enfrenta três tentações do
diabo:
- Transformar
pedras em pão: Satisfazer a fome física.
- Adorar
o diabo em troca de poder mundano: Buscar glória terrena.
- Testar
a proteção divina: Pular do pináculo do templo.
Em cada situação, Jesus responde com citações das Escrituras, demonstrando Sua fidelidade a Deus e resistência às tentações humanas. Este episódio destaca a humanidade de Jesus e Seu compromisso em cumprir a vontade de Deus sem sucumbir ao fascínio do poder mundano ou ao conforto pessoal. Daremos continuidade ao estudo:
2.2. Rejeição em Nazaré (Lucas 4:14-30)
Jesus retorna à Galileia e começa a ensinar nas sinagogas,
ganhando reconhecimento. Em Nazaré, Sua cidade natal, lê o rolo de Isaías na
sinagoga, declarando que a Escritura se cumpriu Nele: Ele é o Ungido que traz
boas novas, libertação e cura. No entanto, o povo de Nazaré O rejeita, e Jesus
salienta que os profetas são frequentemente rejeitados nas suas próprias
cidades. Enfurecidos, tentam expulsá-lo da cidade, mas Jesus passa por entre
eles e vai embora.
Pano de Fundo
Depois de ser batizado e passar pela tentação no deserto,
Jesus retorna à Galileia “no poder do Espírito” (v.14). Ele começa a
ensinar nas sinagogas, e Sua fama se espalha rapidamente pela região.
2.3. Jesus em Nazaré (v.16-17)
Jesus vai à sinagoga de Nazaré, sua cidade natal. Ele
participa da leitura pública das Escrituras — um costume comum para judeus — e
Lhe é entregue o livro do profeta Isaías.
Ele lê a passagem de Isaías 61:1-2 (com algumas adaptações),
que fala sobre:
- Boas
novas aos pobres,
- Libertação
aos cativos,
- Visão
aos cegos,
- Liberdade
aos oprimidos,
- O
ano aceitável do Senhor.
Após a leitura, Jesus declara que aquela Escritura se
cumpriu naquele momento. Isso significa: Ele é o Ungido de Deus, o
Messias prometido. Essa afirmação é extremamente ousada.
Inicialmente, os ouvintes ficam maravilhados com Suas
palavras (v.22), mas isso logo muda.
Ceticismo e orgulho local (v.22-24)
Eles questionam: “Não é este o filho de José?” Ou
seja, como alguém tão comum, que cresceu entre eles, poderia ser o Messias?
Jesus percebe a rejeição e diz:
“Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra.”
Ele reconhece que o povo esperava sinais e milagres, como os que Ele realizou
em Cafarnaum.
1.5. Exemplos provocativos (v.25-27)
Jesus cita dois episódios do Antigo Testamento:
- Elias
foi enviado a uma viúva gentia em Sarepta (1 Reis 17), não a
nenhuma viúva de Israel.
- Eliseu
curou Naamã, o sírio, e não a nenhum leproso de Israel.
Esses exemplos destacam que Deus também age fora dos
limites de Israel, abençoando gentios quando o povo escolhido é
infiel.
Essa é uma crítica direta ao orgulho e à incredulidade dos
nazarenos.
Reação furiosa (v.28-30)
Essas palavras enfurecem a multidão. Eles se sentem
ofendidos pela ideia de que estrangeiros foram mais receptivos a Deus do que os
próprios israelitas.
A população se levanta, expulsa Jesus da sinagoga e tenta
matá-lo, levando-o ao topo do monte para lançá-lo de lá. Mas Jesus, com
calma e autoridade, passa por entre eles e vai embora.
Reflexões principais
- Jesus
foi rejeitado por ser "comum demais" aos olhos do povo.
- O
orgulho religioso impediu os nazarenos de aceitarem a verdade.
- A
missão de Jesus não era apenas para os judeus, mas para todos.
- A rejeição dos Seus é um prenúncio do que Ele enfrentaria em todo o Seu ministério.
3. Ministérios em Cafarnaum e outras cidades (Lucas
4:31-44)
Em Cafarnaum, Jesus ensina com autoridade, expulsa demônios e cura muitos enfermos, incluindo a sogra de Pedro. As pessoas ficam maravilhadas com Seu poder e desejam retê-lo na cidade. No entanto, Jesus afirma que deve pregar o evangelho do Reino de Deus em outras cidades também, pois essa é Sua missão. Seu ministério de cura demonstra Sua compaixão por aqueles que estão sofrendo e Seu desejo de trazer integridade aos indivíduos, tanto física quanto espiritualmente.
Pano de Fundo
3.1. Jesus em Cafarnaum (v.31-32)
Jesus vai para Cafarnaum, uma cidade da Galileia que
se tornaria uma espécie de base para o Seu ministério.
- Ele
ensina nas sinagogas no sábado (dia de adoração judaica).
- As
pessoas ficam maravilhadas com Sua doutrina, porque Ele ensinava
com autoridade, diferente dos escribas que apenas repetiam
tradições.
Destaque: Jesus não apenas repete a Lei, Ele ensina
com clareza, convicção e poder. Ele fala com o peso de quem tem a verdade.
3. 2. Expulsão de um espírito maligno (v.33-37)
Na sinagoga, um homem possuído por um espírito imundo
grita:
“Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste para nos
destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus!”
- O
demônio reconhece quem é Jesus — algo que as pessoas ainda não
compreendiam totalmente.
- Jesus
repreende o espírito, ordenando que saia do homem.
- O
espírito sai sem feri-lo, causando grande espanto entre os presentes.
Eles dizem:
“Que palavra é esta? Pois com autoridade e poder ordena
aos espíritos imundos, e eles saem.”
A fama de Jesus se espalha rapidamente pela região.
3.3. Cura da sogra de Simão (Pedro) (v.38-39)
Jesus vai à casa de Simão (Pedro), onde a sogra dele
está com febre alta.
- Jesus
inclina-se sobre ela, repreende a febre, e ela imediatamente se
levanta e começa a servi-los.
- Isso
mostra a imediaticidade e completude da cura — ela não apenas se
levanta, mas já está bem o suficiente para servir.
3. 4. Cura de muitos enfermos e endemoninhados (v.40-41)
Ao pôr do sol (quando termina o sábado e o povo pode se
mover livremente):
- Pessoas
trazem todos os doentes e possessos a Jesus.
- Ele cura
cada um individualmente, impondo as mãos.
- Novamente,
os demônios reconhecem quem Ele é, dizendo:
“Tu és o Cristo, o Filho de Deus.”
Mas Jesus os repreende e os proíbe de falar, pois
ainda não era o tempo para essa revelação pública.
3.5. Jesus se
retira para orar e continua Sua missão (v.42-44)
Ao amanhecer, Jesus se retira para um lugar deserto —
um padrão em Seu ministério: equilibrar trabalho com momentos de oração e
solitude.
As pessoas tentam impedi-Lo de ir embora, pois querem
que Ele continue em Cafarnaum.
Mas Ele responde:
“É necessário que eu anuncie também às outras cidades o
evangelho do Reino de Deus, porque para isso fui enviado.”
- Jesus
deixa claro que Sua missão é itinerante — Ele não veio apenas para
uma cidade, mas para levar o Reino a todos.
Reflexões
principais
- Autoridade:
Jesus tem poder sobre o mundo espiritual e o físico.
- Identidade
revelada: Os demônios sabem quem Ele é, mas Jesus escolhe o momento
certo para que isso seja revelado ao povo.
- Compaixão:
Ele cura pessoalmente, com toque, com atenção.
- Missão:
Jesus não se limita à popularidade local. Ele tem um propósito maior
— levar as Boas Novas a toda parte.
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